De berço africano, a palavra
ZUNGU soa forte e ecoa quando bradada. Isso porque ela carrega
personalidade e uma história de resistência.
No século XIX, a cidade do Rio de Janeiro, centro
cultural e econômico
do país, abrigava desde barões da alta sociedade até os escravos
africanos provenientes da Bahia que possuíam organizações e sistemas de
relação próprios.
A base da alimentação desses escravos era o angu, preparado e vendido
pelas mulheres negras que utilizavam uma mistura de fubá e miúdos de
carne de boi ou porco no preparo.
Com o dinheiro arrecadado, as “tias negras” começaram a comprar moradias
no bairro da Saúde, região portuária da Cidade Carioca. Rapidamente
essas casas de angu se tornam o centro da sociedade afro-brasileira.
Nos encontros que ocorriam lá surgiram as sementes que deram origem a
verdadeiras paixões nacionais como o samba, o choro, a capoeira, a nossa
ginga e malandragem.
Esses autênticos caldeirões culturais, rapidamente chamaram a atenção da
sociedade que começou a reclamar do barulho, do zum zum zum que rolava
nessa região da cidade, que abrigava diversas casas de arquitetura
incomum empilhadas entre ruas estreitas formando um verdadeiro
labirinto.
É aí então que surge a expressão ZUNGU, como forma de cultura urbana
marginal, sagaz e inventiva.
ZUNGU é o rumor de muitas vozes.
terça-feira, 25 de março de 2014
segunda-feira, 24 de março de 2014
Zungu quilombola em rodas de Samba na Pedra do Sal as segundas e sextas feiras
Depois da Lapa, Gamboa vira mania entre os cariocas
Região da Zona Portuária é mais um espaço revitalizado na cidade
Rodrigo Cabral
Assim como as democráticas rodas de
samba e eventos de outros ritmos da Pedra do Sal, que abrem alas para
pessoas de todos os cantos e estilos, espaços como o Galpão Gamboa e o
Museu de Arte do Rio põem a Zona Portuária no alto do pódio da diversão
carioca. “Temos várias atividades, como teatro e música, no Galpão
Gamboa. Queremos abrir possibilidades não só para quem é daqui, mas para
pessoas da cidade inteira”, avisa o ator Marco Nanini, que dirige o
local ao lado de Fernando Libonati.
À beira do Morro da Conceição, o samba rola em
cadência democrática. “Pode vir de sapato, chinelo, bermuda ou roupa
social. Ninguém te olha diferente por causa da aparência”, festeja a
estudante de biologia Fernanda Marques, durante o Samba de Lei, que
reúne cerca de 1.200 frequentadores toda sexta-feira. Às segundas, é a
vez da Roda de Samba da Pedra do Sal, mais tradicional: os instrumentos
não têm microfones e só entra samba de raiz. “É como as rodas de
antigamente”, define Walmir Pimentel, um dos organizadores.No clima descontraído da Pedra do Sal, ao falar com a reportagem, a alemã Julia Blendeck pediu para a amiga Bruna Castro traduzir: “Me ensina samba, gatinho”. E a gandaia tem como combustível achados gastronômicos. Belini de Souza faz sucesso com o Feijão Bombado (R$ 7). “Em uma noite, vendo de 120 a 150 pratos”, conta.
Ao lado, na Rua Argemiro Bulcão, delícias afro-brasileiras saem das panelas de Marilucia Luzia, matriarca de uma família da comunidade quilombola da Pedra do Sal.
ZUNGU QUILOMBOLA
A barraca de comida afro-brasileira é comandada por Marilucia Luzia, matriarca de uma das famílias da comunidade quilombola da Pedra do Sal. Um cartaz explica o sentido histórico do nome: casas de angu do século XIX eram conhecidas como casas de zungu. O prato custa R$10. Rua São Francisco da Prainha-41-(21-22532472)( 21-973820579) zunguquilombola@gmail.com, aceitamos encomendas para eventos, fazemos eventos externos, Levamos o zungu para sua roda de samba
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